A estratégia antecede o planejamento. E, para inovar, é preciso ter curiosidade, criatividade e coragem, sendo esta última característica a mais escassa dentro das organizações.
Embora o termo “planejamento estratégico” seja muito comum, é preciso antes entender o cenário: avaliar as oportunidades e riscos externos, definir uma ambição estratégica e só então considerar o que é preciso fazer (planejamento das ações) para transformar a realidade atual na realidade desejada.
“Portanto, a ambição guia o planejamento (o que queremos conquistar) e a estratégia é o como vamos conquistar esta posição”, afirma Denise Eler, consultora de empresas especialista em inovação e criação de estratégias de negócios, com foco em modelagem de negócios regenerativos. “Só então pensamos nas ações do dia a dia que vão suportar a realização da estratégia”, diz Denise.
Sensemaking
Denise é responsável pela consultoria dos processos da Central dos Benefícios para os próximos anos, com foco na expansão do negócio. Ela realizou encontros com líderes da empresa e o trabalho foi fundamentado como um exercício de Sensemaking (fazer sentido).
“Eu ajudo o negócio a imaginar um futuro e a criá-lo, ao invés de apenas se conformar ao que já está em curso. Para tanto, um recurso fundamental é compreender antes de agir. E, em alguns momentos, será necessário agir para compreender melhor”, afirma Denise. Este processo tem nome: sensemaking.
Nos encontros com os líderes da Central dos Benefícios, foram analisadas as mudanças em curso no mundo, as incertezas mais críticas sobre o negócio, os cenários que podem se desenhar nos próximos anos, o modelo de negócios da empresa e de outros players, as oportunidades de diferenciação, além de uma análise da cultura organizacional.
Inovação exige coragem
Na avaliação de Denise, a inovação dentro das empresas consiste em gerar respostas novas para problemas antigos ou inéditos. Existem inovações que criam novos mercados, como foi o caso do aplicativo de mobilidade Uber. E há inovações que melhoram algo que já existe, mas não a ponto de criar um mercado novo. “Para inovar é preciso ter curiosidade, criatividade e coragem. O mais escasso é a coragem”, diz Denise.
O maior desafio é a coragem para correr os riscos inerentes ao processo. “Se não há riscos, não há inovação, apenas repetição”, explica Denise. “Costumo dizer que só existem mapas para lugares conhecidos. Inovar é descobrir novos lugares e criar os mapas”, completa.
Para isso é essencial uma cultura organizacional que fomente experimentações e ações coordenadas. O Sensemaking ajuda a mitigar esses desafios, ao promover um entendimento claro e contínuo das barreiras e oportunidades.
Ganhos com estratégias
Segundo Denise, as boas estratégias dentro das organizações trazem ganhos como: maior clareza e foco nos objetivos, melhor alocação de recursos, critérios claros para priorização das tarefas, capacidade de antecipar e responder às mudanças do mercado, e um alinhamento mais eficaz entre as diferentes áreas da empresa, o que leva a uma execução mais coesa e eficiente das iniciativas estratégicas.
A consultora revela que três fatores críticos para o sucesso da execução da estratégia são o alinhamento, o engajamento e a agilidade. O alinhamento garante que todos na empresa compartilhem a mesma visão e objetivos. O engajamento envolve motivar e envolver todos os colaboradores no processo, enquanto a agilidade permite que a empresa responda rapidamente às mudanças e ajustes necessários.
O planejamento é importante para os negócios de todas as empresas, independentemente do tamanho. Não deixe de buscar para a sua empresa.