Lula negocia nova legislação sindical

Presidente afirma que quanto mais forte é o sindicato, mais forte é a democracia e a empresa

Presidente Lula: não pode haver desoneração da folha de pagamento de empresas sem contrapartida aos trabalhadores
Foto: João Cruz/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que trabalha em nova legislação sindical para o país. Em viagem ao Oriente Médio no final de novembro, ele disse que está negociando uma nova relação entre capital e trabalho no Brasil desde o início do ano. A negociação está sendo feita com dirigentes sindicais, dos empresários e do governo.

“É ignorância daqueles que acham que um sindicato tem que ser enfraquecido para melhorar a vida do trabalhador. Quanto mais forte é um sindicato, mais forte será a democracia e mais forte será a empresa”, disse Lula.

Na viagem, o presidente afirmou que não pode haver desoneração da folha de pagamento de empresas sem contrapartida aos trabalhadores. “Não podemos fazer apenas desoneração sem dar contrapartida aos trabalhadores, eles precisam ganhar alguma coisa. A empresa deixa de contribuir sobre a folha e o trabalhador ganha o quê? Não tem nada escrito [na lei] que ele vai ganhar R$ 1 a mais no seu salário”, disse Lula.

Desoneração da folha

O presidente vetou integralmente o projeto de lei que pretendia estender até 2027 a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e reduzir a contribuição para a Previdência Social paga por pequenos municípios. O texto previa manter a contribuição para a Previdência de setores intensivos em mão de obra entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta. A política beneficia principalmente o setor de serviços. Até 2011, a contribuição correspondia a 20% da folha de pagamento. Esse cálculo voltará a ser aplicado em janeiro.

Segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o veto deve ser analisado pelo Congresso Nacional ainda este ano, e os parlamentares poderão mantê-lo ou derrubá-lo. O senador defendeu que o projeto aprovado é positivo para os empregos e que a desoneração é bem-vista no Congresso Nacional.

Os 17 setores beneficiados são confecção e vestuário, calçados, construção civil, call center, comunicação, empresas de construção e obras de infraestrutura, couro, fabricação de veículos e carroçerias, máquinas e equipamentos, proteína animal, têxtil, tecnologia da informação (TI), tecnologia de comunicação (TIC), projeto de circuitos integrados, transporte metroferroviário de passageiros, transporte rodoviário coletivo e transporte rodoviário de cargas.

Fonte: Agência Brasil