
Nos Estados Unidos, a Geração Z tem sido protagonista na revitalização do movimento sindical, trazendo novas pautas e estratégias para fortalecer a organização dos trabalhadores. O artigo da BBC sobre esse fenômeno mostra como esses jovens, mesmo diante de um cenário econômico e político adverso, estão impulsionando a sindicalização em grandes empresas como Starbucks e Amazon.
Mas e no Brasil? Como está a participação dos jovens no movimento sindical?
Como executivo de negócios, participo de diversas reuniões e eventos com sindicatos e empresas, e um ponto sempre me chama atenção: a presença da juventude nesses espaços ainda é baixa. Diferente do que ocorre nos EUA, muitos jovens brasileiros parecem distantes das discussões sobre direitos trabalhistas e representação sindical.
Isso pode ter diversas explicações: o enfraquecimento do movimento sindical nas últimas décadas, a alta informalidade no mercado de trabalho e até mesmo a falta de conhecimento sobre o papel dos sindicatos. No entanto, os desafios que a Geração Z enfrenta no Brasil não são tão diferentes dos enfrentados nos EUA: empregos precarizados, incertezas econômicas e a necessidade de garantir melhores condições de trabalho.
Olhando para o futuro, o sindicalismo no Brasil precisa se conectar mais com essa nova geração. As redes sociais, a comunicação ágil e a defesa de pautas mais amplas, como diversidade e sustentabilidade, podem ser caminhos para atrair o engajamento dos jovens. A pergunta que fica é: estamos preparados para essa transformação?
Se a Geração Z pode estar salvando os sindicatos nos EUA, será que no Brasil veremos um movimento semelhante nos próximos anos?
- Estéfano Rezende é executivo de negócios da Central dos Benefícios