As mulheres têm ganhado representatividade no movimento sindical brasileiro, refletindo em maior participação nas questões trabalhistas. Do total de sindicalizados, elas representam 9,3%, enquanto os homens correspondem a 9,1%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua): Características Adicionais do Mercado de Trabalho 2022, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De 2012 a 2019, o percentual de homens sindicalizados superava o de mulheres, mas essa diferença caiu ao longo dos últimos anos.
A presença feminina em cargos de liderança sindical também cresceu cerca de 12% nos últimos cinco anos, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Cerca de 38% dos sindicatos brasileiros possuem mulheres ocupando cargos diretivos, segundo pesquisa do Dieese e da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O aumento é reflexo do esforço coletivo para promover a inclusão e a representatividade feminina nos sindicatos, assim como do engajamento das próprias mulheres na busca por igualdade de direitos e melhores condições de trabalho.
Diferença salarial
A ascensão da representação sindical da mulher tem trazido à tona pautas cruciais e específicas, como a igualdade salarial e o combate à violência de gênero no ambiente de trabalho. De acordo com dados do IBGE, a diferença de remuneração entre homens e mulheres atingiu 22% no fim de 2022. Isso significa que uma brasileira recebe, em média, 78% do que ganha um homem.
Apesar dos avanços conquistados, ainda existem desafios a serem superados. A pesquisa realizada pelo Dieese e FGV também apontou que a representatividade feminina é maior em sindicatos de setores com ampla concentração de mulheres, como educação e serviços. Já em áreas tradicionalmente masculinas, como construção civil e transporte, a presença feminina ainda é tímida. Essa disparidade evidencia a importância de promover políticas inclusivas e ações afirmativas que incentivem e valorizem a participação das mulheres nessas áreas.
A representação sindical da mulher no Brasil está em constante evolução, sendo fundamental para a construção de um ambiente de trabalho mais igualitário. Por meio do fortalecimento da participação feminina nas Entidades de Classe, ampliam-se as chances de garantir direitos, combater a discriminação de gênero e promover a igualdade salarial.
É essencial que as Entidades de Classe de todo o país atuem de forma proativa, investindo em capacitação, oferecendo suporte às lideranças femininas e incentivando a participação ativa das mulheres nos espaços de decisão. Somente com um movimento sindical forte, diverso e igualitário é possível construir um futuro mais justo e promissor para todas as trabalhadoras brasileiras.
Fonte: Fetquim e Agência Gov