Mulheres respondem por 38% dos cargos de liderança no Brasil

As conquistas foram promissoras, mas ainda há desafios a serem superados

Juliana, Raiane, Maryane e Flávia: mulheres são maioria nos cargos de liderança da Central dos Benefícios

O Dia Internacional da Mulher é celebrado nesta sexta-feira, 8 de março. A data reforça o processo de luta dos direitos conquistados, da valorização das mulheres na sociedade e no mercado de trabalho, como também o combate às desigualdades de gênero.

As mulheres ocupam hoje 39,1% dos cargos de liderança no país, segundo levantamento da CNI (Confederação Nacional da Indústria), feito com dados de 2023, com base na PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo a pesquisa, elas estudaram 12 anos, em média, contra a média de 10,7 anos dos homens. Mas nem por isso chegaram a mais cargos de chefia.

Na Central dos Benefícios, dos 83 colaboradores, 55 são mulheres, ou seja, 66% do quadro total. Nos cargos de liderança, elas são maioria. A gerente de Desenvolvimento Organizacional e Inovação da empresa, Flávia Maria Coelho Baeta Lara, afirma que desde que assumiu o cargo na empresa vem adotando um processo seletivo estruturado, valorizando a inclusão. “Tenho incentivado, por meio da equipe de Recursos Humanos, a adoção de medidas igualitárias e práticas de promoção da diversidade na empresa, em todos os níveis”, diz.  “Sabemos que o dinamismo organizacional é mantido por essas competências complementares que contribuem para busca de soluções diferentes e integração de equipes, proporcionando inovações nos nossos processos e produtos.  Esse dinamismo é essencial para a sustentabilidade do negócio”, completa.

A coordenadora de Recursos Humanos da Central dos Benefícios, Juliana Freire, ressalta que a escolha do melhor perfil nos processos de seleção da empresa é feita independentemente de gênero. “É baseada nas competências exigidas para cada cargo. O olhar é para a pessoa, o que ela traz de expertise, suas qualidades, competências e aspirações profissionais”, diz Juliana.

Competências

Na avaliação de Juliana, a competência é inerente ao indivíduo, sem distinção de gênero/sexo. “É visível que as mulheres estão ocupando cada vez mais os cargos de liderança e isso se deve muito à luta pela igualdade e o reconhecimento do potencial”, afirma. “As mulheres também têm buscado pela profissionalização e especialização, o que anteriormente não era tão comum. A consequência disso é que tornam-se aptas para ocuparem todos os espaços”, diz.

Maryane Salomão Alves Fernandes coordena uma equipe de 13 pessoas da área financeira da Central dos Benefícios. Todas são mulheres. “É desafiador lidar com tantas mulheres fortes e com personalidades tão distintas, mas os benefícios superam qualquer desafio que esse cenário apresenta”, afirma Maryane. A riqueza de diferentes perspectivas e vivências, segundo ela, agrega não somente o âmbito profissional. “Crescemos diariamente enquanto pessoas. Essa composição 100% feminina faz do nosso setor um ambiente seguro e de apoio para que todos possam alcançar o máximo de seu potencial profissional. Para mim é um privilégio fazer parte dessa equipe de destaque”, diz.

Resiliência

Entre as características da mulher no ambiente profissional, a gerente Flávia Lara destaca a resiliência, empatia, flexibilidade, dinamismo e humildade. “São competências em destaque para qualquer cargo de liderança hoje. E na Central dos Benefícios conseguimos perceber essa realidade”, afirma.

Juliana Freire concorda. “O histórico das mulheres na sociedade por si só já comprova o quanto elas são aguerridas e dedicadas quando o assunto é contornar problemas e fazer com que suas falas sejam ouvidas”, diz. Juliana também destaca a flexibilidade como uma grande característica das profissionais mulheres. “Elas conseguem administrar todas as suas responsabilidades e, ao mesmo tempo, observar as dos colaboradores”.

Raiane Miguel Gomes, coordenadora de Atendimento Geral da Central dos Benefícios, traz na liderança a força da resiliência e o anseio por cuidar de pessoas. “Agrego ao setor conexão com cada integrante, de forma individual e coletiva, proporcionando ambiente unido e integrado, composto por perfis distintos, mas que conectam e valorizam suas singularidades. À empresa, agrego com a expansão dos resultados, negócios e estratégias que só são possíveis mediante a fluidez e interações genuínas entre os membros”, afirma Raiane.

Desafios

As conquistas das mulheres no ambiente de trabalho têm sido promissoras, mas ainda há desafios a serem superados. A gerente Flávia Lara exerce cargos de liderança há 20 anos. Além da Central dos Benefícios, atuou em empresas de áreas diversas como educação, saúde e telecomunicação. “Já atuei em empresas onde eram valorizados o raciocínio lógico/quantitativo e posturas mais agressivas. A criatividade e comunicação, por exemplo, eram entendidos como fragilidades do feminino”, diz.

Juliana Freire avalia também que ainda é muito comum perceber a valorização da fala masculina em relação à da mulher. “Ainda acontece o famoso “corte” quando há uma inferência da mulher, como se o que está sendo dito não tivesse imbuído de valor, de conhecimento. Compreendo esse comportamento como a negação do lugar da mulher”, afirma Juliana. “Penso que ainda existe situações que temos que justificar/argumentar mais comparado com o posicionamento da uma figura masculina. Mas vejo evolução significativa na sociedade e acredito que estamos em um belo caminho de representatividade”, diz.