Presidentes de sindicatos têm expectativas positivas para 2024

Roberth Sousa, José Aparecido e Alessandro Dias fazem balanço de 2023 e perspectivas para 2024

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Roberth Breno Sousa, presidente do Sindicato dos Empregados em Instituições Beneficentes, Religiosas e Filantrópicas do Estado de Pernambuco (Sintibref-PE)

Como foi o ano de 2023 para a categoria?

O ano de 2022 foi difícil e o de 2023 foi de recuperação. Com a economia desaquecida, o terceiro setor é muito atingido. Várias verbas foram totalmente cortadas ou pela metade, as doações caíram e os nossos representados foram afetados. Nossas instituições e representados vieram de um impacto muito grande causado pela pandemia. Mas em 2023 os negócios começaram a decolar e a economia começou a crescer. E falo não só da área econômica, mas também na saúde, educação e geração de emprego.

O que espera para 2024?

Esperamos um crescimento grande na economia do país e nas nossas instituições.  Quando vemos uma melhoria na economia, acreditamos que as doações vão retomar. O reajuste do salário mínimo deve ajudar nesse cenário.

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José Aparecido Alves Ferreira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Jornais e Revistas de Minas Gerais (Stig-MG)

Como foi o ano de 2023 para a categoria?

Foi um ano de muita luta. Conseguimos fechar todas as convenções de 2023 e 2024 com ganhos real. Em uma das convenções conseguimos ter benefícios, como Plano Odontológico e Seguro de Vida, da Central dos Benefícios. Isso é muito importante para a categoria.

O que espera para 2024?

Esperamos que seja um ano melhor. O nosso ponto de vista é que a reforma trabalhista precisa ser revogada. Acreditamos que é possível fazer uma minirreforma para melhorar as perdas do trabalhador. É importante voltar com as homologações para o sindicato, para que o trabalhador tenha tranquilidade de poder conferir se realmente está recebendo aquilo que é devido.  Chamamos de ano de luta, em que precisamos mudar muita coisa. A revogação da reforma trabalhista e previdenciária precisam acontecer. Convocamos toda a categoria para lutar para ter mais força e reconquistar os direitos.

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Alessandro Dias, presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Minas Gerais (Sindicfc-MG)

Como foi o ano de 2023 para a categoria?

Como nosso setor é 100% regulado, tivemos em 2023 uma mudança importante, que é na gestão do órgão de trânsito do estado, que saiu da Polícia Civil e foi para a Secretaria de Estado de Planejamento. Além disso, tivemos mudança do cenário político federal, que impacta diretamente nosso setor, por ser uma atividade regulada. A nível federal nós não tivemos grandes mudanças, mas a nível estadual há uma perspectiva de mudanças que começou em 2023 e deve se concluir em 2024, ou pelo menos avançar bastante. Como setor, tivemos um ano regular, comparando com um ano de pré-pandemia.

O que espera para 2024?

 Em relação a 2024 temos boas expectativas, principalmente por essa nova gestão, que deve implementar as mudanças que anunciam. Na lei federal há a expectativa de se discutir alterações no processo de habilitação e na regulação da atividade na qual a gente é vinculado. Os desafios são os diários de uma atividade que temos identificado mudança profunda das pessoas que buscam o serviço de habilitação.  É importante que o setor entenda essa mudança de perfil e busque soluções para sobreviver a essa realidade que tem feito parte da nossa atividade. Além disso há as tecnologias embarcadas, que poderão impactar a atividade de alguma forma. Mas a realidade é que ainda não podemos, por exemplo, usar veículos automáticos. É uma discussão que deve acontecer e na prática vai trazer uma mudança interessante.

O cenário econômico é sempre um grande desafio, as políticas impactam o nosso setor diretamente. Um ponto positivo tem sido o Copom, que tem mantido a taxa básica de juros e até reduzido gradativamente. Isso ajuda muito. O preço do combustível, que é o nosso principal insumo, tem sofrido queda, o que ajuda muito a não ter aumento de custo. E temos boas perspectivas que em 2024 a gente tenha avanços no cenário. O grande ponto é a reforma tributária e como vai impactar principalmente a nossa atividade, que é um setor de serviços, apesar da implementação dela não acontecer efetivamente em 2024.

A nossa atividade é carente de mão-de-obra, o instrutor de trânsito, que é o principal profissional. Ele pode se credenciar a ela realizando um curso de 180 horas, que não é longo, com o nível de exigência de ensino médio, que é acessível. Esse profissional dificilmente não terá uma oportunidade de trabalho se tiver qualificação. A faixa salário está em torno de 2 salários mínimos. Temos uma carência gigante de instrutores, principalmente os teóricos, que têm interesse em atuar em sala de aula. É o nosso calcanhar de Aquiles.