
A Inteligência Artificial (IA) está transformando o mercado de seguros, com análises de sinistralidade mais precisas, previsão de catástrofes mais eficazes e criação de produtos mais personalizados. Segundo Igor Marques, CEO da Central dos Benefícios, a empresa pretende implementar diversas soluções de IA até o final de 2025, principalmente nos setores de atendimento e comercial, conforme revelou em entrevista ao portal Ponto Central.
Como a Inteligência Artificial vai mudar o mercado de seguros?
Vai mudar completamente. No ano passado eu participei da feira do CQCS, o Insurtech & Inovação 2024, o maior evento latino-americano de inovação em seguros, em São Paulo. Várias pessoas e seguradoras falaram sobre o tema de Inteligência Artificial no mercado de seguros. De todos os assuntos debatidos, o uso da Inteligência Artificial no mercado de seguros foi o principal. A conclusão é que o uso da IA dentro do mercado de seguros vai mudar muita coisa.
Quais serão as principais áreas afetadas?
Análise de sinistralidade: vai começar a ser feita com assertividade maior, pois as pessoas vão ter mais dados para analisar.
Atendimento ao cliente: o uso de funcionalidades disponíveis pelo Whatsapp com IA/ChatBot já é uma realidade para as seguradoras. Para os corretores ainda não.
O ChatBot é um software baseado em uma Inteligência Artificial capaz de manter uma conversa em tempo real por texto ou por voz.
Canais de atendimento regenerativos: eles ficam no aprendizado constante e tudo que não conseguem resolver, pesquisam e voltam com a própria solução. Eles conseguem evoluir por si só, conforme a demanda de assuntos que está tendo para ele. O público vai colocando os questionamentos. O que não sabem, buscam conhecimento em outro lugar e depois conseguem responder as perguntas. Então, ao longo do tempo, as respostas vão ficando muito mais assertivas.
Previsão de catástrofes: vai ser uma coisa mais fácil de monitorar. Hoje há complexidade muito grande. As enchentes no Rio Grande do Sul, por exemplo, geraram sinistros de vários tipos diferentes, como carro, residência, seguro de pessoas, empresas… É importante o uso da IA para prever com mais assertividade esses eventos da natureza.
Produto: como o atendimento é mais rápido e eficiente, é possível ter a percepção do que está funcionando ou não no mercado. Assim, há mais chances de configurar produtos mais direcionados de quem está procurando, com mais rapidez e clareza.
A Central dos Benefícios já faz uso da IA nos processos?
Já temos discussões internas do uso da IA. Sabemos um pouco o que vamos fazer, mas só estamos engatinhando. Temos poucas aplicações em IA. Muito provavelmente até o final de 2025 vamos ter muitas aplicações de IA dentro da Central dos Benefícios, em todos os setores, principalmente no Atendimento e Área Comercial. Isso é um fato. Já vamos ganhar eficiência com o uso dela para a operação interna. É importante para a gente cortar caminho, ganhar mais tempo, deixar de fazer algumas coisas burocráticas. Isso tudo vai refletir para fora. A gente não está atrasado, mas precisamos começar.
O uso da IA vai trazer redução de custo?
É bem provável que a gente tenha redução de custo. A gente vai ter redução de tempo para algumas atividades, ganho de eficiência. Começam a ser feitos estudos com o uso da IA para ter um pouco mais de clareza desses cenários que são atípicos, como as enchentes do Rio Grande do Sul. O uso da IA para começar a mapear historicamente esses acontecimentos vai dar muito mais visão para o segurador para chegar em um cálculo mais real para quem está pagando e para a empresa. Essa realidade de preço de oferta e demanda vai ser mais assertiva.