Com mais dias úteis, as perdas do comércio com os feriados em 2024 devem ser um pouco menores do que em 2023, mas ainda com impacto significativo. O prejuízo do setor por conta de feriados nacionais deverá ser de R$ 27,92 bilhões, 4% menor do que em 2023, quando o prejuízo chegou a R$ 28,99 bilhões, segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Em média, cada feriado em dias comerciais de 2023 gerou um prejuízo de R$ 3,22 bilhões ao varejo.
Pelas contas da CNC, cada feriado reduz a rentabilidade anual média do setor comercial em 1,29%. Desse modo, os feriados de 2023 deverão impactar o excedente operacional do comércio em 9,0%.
Os ramos de atividade com faturamento mais alto tendem a sofrer os maiores impactos. Juntos, os segmentos de hiper e supermercados (R$ 6,38 bilhões) e o comércio automotivo (R$ 6,34 bilhões) responderão por quase a metade (40%) das perdas previstas. Esses dois segmentos concentram mais de 44% da folha de pagamentos do comércio varejista brasileiro.
Impacto no PIB
De forma mais ampla, segundo estimativa da CNC, considerando todas as atividades econômicas, cada feriado nacional do calendário brasileiro provoca um impacto negativo de R$ 12,68 bilhões na geração do Produto Interno Bruto (PIB) – o equivalente a 0,12% do PIB anualizado.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, afirma que os feriados não são vilões da economia, mas que o setor produtivo é uma balança que precisa estar sempre em equilíbrio. “Nossos segmentos ligados ao turismo se beneficiam desse calendário, o que é muito positivo. Mas segmentos econômicos como o varejo registram perdas com lojas fechadas e menor movimentação de público, por exemplo. A validade desse levantamento é dar luz sobre o cenário e orientar as melhores decisões”, afirma.
A principal novidade no calendário de 2024 é a inclusão de um novo feriado nacional, somando um total de 10 datas, agora com o Dia da Consciência Negra (20 de novembro), já celebrado em algumas regiões do país. A incidência dos feriados em dias úteis favorece alguns setores da economia, como o turismo, mas gera prejuízos para o comércio por conta de fatores como a queda no nível de atividade e elevação dos custos de operação.
Fonte: Portal CNC